Planejei escrever um blog para manter o hábito da escrita e compartilhar meus descobrimentos sobre impressão tipográfica. Como prova de que muito poucas coisas na vida saem como planejado cá estou eu, uma gestação depois do meu último artigo, para escrever sobre uma experiência que foi muito além da primeira impressão.

Por ora, nada de tipografia. Nada sobre tipos, nada sobre papéis, nada sobre tintas, nada sobre clichês. O que ainda me motiva a sentar e escrever são as coisas do coração. São aquelas felizes situações em que somos surpreendidos tanto pelo bem como pelo bom.  

Na última semana, entre uma impressão e outra, meu pai e eu recebemos a visita do Sr. Rodolfo. Poderia ter sido uma agradável visita como tantas outras que venho recebendo frequentemente. Mas a visita do S. Rodolfo foi especial porque ele faz parte da nossa história.

Em 1958 a Tipografia Gapski (que acabava de abrir as portas) contratava seu primeiro funcionário – um jovem gráfico chamado Rodolfo Otto Max Stnuitz. Eu já tinha ouvido falar muito sobre Rodolfo, funcionário exemplar cuja breve passagem pela Gapski encontra resposta em sua próspera trajetória profissional.

Sua passagem como funcionário da Gapski foi breve porque Rodolfo queria ter o seu próprio negócio e assim o fez. Comprou um prelo tipográfico Gapski e fundou a sua própria tipografia batizando-a de Gráfica Sete Belo cujo nome, vim agora a saber, se refere ao sete de ouro do jogo de escopa. Sua gráfica progrediu e acompanhou a evolução dos métodos de impressão tornando-se uma conceituada gráfica digital (atualmente administrada pelo seu filho igualmente chamado Rodolfo).

Conhecer o “velho Rodolfo”, um simpático senhor cheio de lembranças e histórias foi um acalento para o espírito. Mais especial ainda foi sentir a sua gratidão pelo período em que trabalhou com meu avô e saber que a Tipografia Gapski também marcou a sua história e de sua família.

Naquela tarde Rodolfo fez com que todos nós voltássemos no tempo. Ele relembrou os tempos de impressor e tipógrafo, compôs com tipos móveis e fez teste de impressão no tira prova; nós ficamos envaidecidos com suas palavras e sentindo aquele misto de orgulho, saudade e alegria. Fica no peito a gratificante sensação de que fazer o bem bem-feito é sempre a melhor escolha. 

Obrigada Rodolfo!

3 respostas

  1. Sou Rodolfo filho do Rodolfo Otto Max Stunitz (88) quero deixar nosso agradecimento pelo acolhimento do Sr. Zico em 1957 empregando meu pai e veja que muito tempo se passou e agora recebemos o carinho dobrado pela Raquel Gapski mostrando o velho ditado em que o fruto nunca cai longe do pé, vejo o carinho e dedicação pela TIPO parabéns, parabéns, parabéns…..

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